sexta-feira, 23 de maio de 2008

Música popular brasileira ? ou PMB ?




Oi pessoal, tudo bem? Quero começar nossa coluna de hoje, perguntando a você, qual a diferença entre a burrice e a inteligência? ... A resposta é muito simples. A inteligência pode ser testada e a burrice sempre surpreende. Estas considerações são extremamente pertinentes no que diz respeito a todo lixo fonográfico que vem sido produzido na atualidade. São músicas de baixo calão, que não possuem um mínimo de cuidado… enfim, músicas sem alma.O engraçado disso tudo é que, assim como burrice sempre surpreende, a desgraça nunca acaba e sempre há mais degraus a se descer (já notou que quando a gente vê uma música como “dança da minhoca” e acha que nada pode ser pior surge do nada outras tantas músicas piores ainda. Como: “A dança do creu”, “Piriguete” entre outros lixos fonográficos.
Entretanto, sem querer fugir do assunto, isto pode ser aplicado também com as versões abrasileiradas de músicas estrangeiras que fizeram sucesso. E nessa seara a lista é extensa, mas limitar-me-ei a cinco exemplos óbvios (incluindo, lógico as versões sem-pé-nem-cabeça que as bandas de forró fazem por ai):

1) Wanessa Camargo – Não tô pronta pra perdoar, de Dixies Chicks Not ready to make nice ;
2) Kelly Key – Barbie Girl, versão homônima do grupo Acqua;
3) Não leve a mal – Danni Carlos, versão da música dos Pretenders;
4) Bate, bate, bate na porta do céu - Zé Ramalho, para Knockin´ on heaven´s door, de Bob Dylan;
5) Calcinha Preta – Paulinha, versão atrofiada de, Whith you de Mariah Carey;

Agora você me pergunta, porquê essas versões toscas e sem criatividade estão na “boca da mídia” fazendo sucesso? E a resposta é óbvia: Atrofia Cultural somada à preguiça mental e ao desafio de ousar e investir no próprio talento.
Amigos, nosso país é rico em compositores. Existem por aí milhares de canções bonitas, bem elaboradas, que dão inveja até a renomados poetas. Mas por incrível que pareça esses artistas não estão sendo valorizados.
É tão absurda a quantidade de regravações e versões, que a música chegou a virar um clichê. Pare e pense que você chegará à conclusão de que só se vê, só se ouve por aí, bandas e cantores fazendo sucesso com regravações de músicas antigas e versões em cima de músicas estrangeiras, que por sinal, é uma “m...”. Menosprezando assim, o trabalho dos verdadeiros compositores nacionais e internacionais que têm o duro trabalho de elaborar uma canção e olhando direitinho este problema, até parece que só temos compositores de quinta categoria no país.E o pior de tudo é que cada vez mais os cantores e grupos estão se deixando levar pelo sucesso fácil de regravações e versões e desacreditando da inteligência brasileira. E isso é muito ruim, pois enquanto não acreditarmos no Brasil, como vamos acreditar em novos talentos brasileiros? Muitas vezes esses compositores, que temos que exaltar muito mais do que propriamente os intérpretes das canções, se vêem obrigados, a seguir o fluxo do comércio, que se tornou à música. Portanto, se por acaso você se deparar com uma letra pobre, sem recursos e de baixo nível não caiam de pau nesses profissionais. Eles não têm culpa. Apenas estão sendo pressionados, pois caso não venham a seguir a regra, não terão o dinheiro no final do mês para sustentar suas respectivas necessidades e famílias.
Longe de mim, ser saudosista, mas, a verdade é que um Vinicius, Noel Rosa, Chico, Pinxinguinha como tantos outros, não virão mais. Ainda temos grandes compositores na ativa, e esses merecem ser valorizados. Mas como podemos valorizar nossa própria raiz se as pessoas que dirigem o mercado fonográfico recorrem ao modismo, à música fabricada, ao estrangeiro e às regravações?
Infelizmente a música está se transformando num grande monopólio onde os artistas de nome que lançam músicas inéditas, não têm o trabalho destacado na mídia, ao passo que bandas e cantores sem talento algum (muitas vezes sem nem uma formação musical ou um mínimo grau de escolaridade), conseguem um grande espaço para mostrar canções melosas, sem originalidade e que estamos cansados de ouvir.
É por essas e outras que eu digo que, do jeito que está, não podemos mais chamar a Música Popular Brasileira de MPB, mas de PMB (Pobre Música Brasileira). Vamos pensar grande e maltratar menos nossos verdadeiros artistas. Esses sim são os vencedores! Há muita coisa boa no mercado fonográfico brasileiro, só basta procurar um pouco. Abraços. E os fãs de Wanessa Camargo que me desculpem, mas aquela versão das Dixies Chicks "Not ready to make nice" é um lixo.

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